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domingo, 8 setembro, 24
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Você tem escolhido bem?

Embora para alguns possa parecer fácil fazer uma “simples” escolha como a comida, a roupa, a cerveja, o perfume enfim, parece mas não é. Escolher, em alguns casos, é algo muito difícil. Em alguns casos. A expressão “entre a cruz e a espada” geralmente é usada para fazer referência ao indivíduo que se encontra em meio a um grande dilema, e necessita fazer uma escolha e essa escolha poderá desencadear grandes e/ou profundas mudanças, ou fazer com que tudo permaneça como está. Utilizar [a expressão], neste caso, tem pretensão de chamar a atenção para o que estamos vivendo no Brasil em passado recente, sobretudo o que vivemos nós, povo brasileiro, que num futuro próximo, mais uma vez, teremos de escolher novos governantes (governadores de Estados e presidente da República) e legisladores (deputados estaduais e federais, senadores da República) que estarão à frente dos destinos do Brasil pelos próximos quatro e até oito anos.

Antes, porém, é necessário lembrar o que nos diz José Joaquim Ferreira dos Santos, em artigo “O que é isso de ‘classe política’”? Segundo o autor, as sociedades modernas dividem-se em classes sociais de acordo com o seu posicionamento em face à produção da riqueza ou à sua mera apropriação. As falácias à volta de classes médias, alta ou baixa, com a sua multiplicidade de estratificações, destinam-se a esconder na realidade, a existência da tensão entre as duas classes, dos produtores e dos capitalistas, sendo que estes beneficiam muito mais da riqueza produzida que aqueles -. Ou seja, existem os que produzem e os que se apropriam dessa produção para enriquecerem cada vez mais; existem os que prometem e cumprem e os que apenas prometem; existem os que sempre fizeram parte da primeira classe e acreditam que são da segunda e, ainda, acrescentaria que existem aqueles que não fazem parte de nenhuma das duas classes e vivem das migalhas de ambas.

Dito isso, voltando um pouco no tempo, ano 2018 ou um pouco antes, quando o então deputado federal e candidato à presidência do País, Jair Bolsonaro, fazia campanha eleitoral pelo país, entre outras, prometeu que, se eleito fosse, combater a corrupção; jamais lotear seu governo; prender, se preciso fosse, corruptos; preencher os cargos do governo somente pelo critério técnico (acabar com indicações políticas); diminuir o preço do gás com seriedade; dar mais autonomia financeira a estados e municípios; alíquota única de 20% para o IR e isenção na faixa até 5 salários mínimos; acabar com a reeleição e diminuir número de parlamentares; reduzir a maioridade penal para 16 ou 17 anos; dar posse de arma de fogo para o cidadão de bem; proibir a adoção de crianças por casais homossexuais; cortar financiamento para organizações de direitos humanos; ter no máximo 15 ministérios; titularizar terras indígenas e permitir que índios as explorem e até as vendam; acabar com incentivo para ‘famosos’; vender terras para capital estrangeiro, entre tantas outras.

Desde o início do seu governo, aumentados dia a dia, o presidente da República vem colecionando uma série de problemas que vão desde familiares; problemas com a queda de popularidade, segundo mostram as pesquisas mais recentes; problemas com o Legislativo (tendo que entregar o governo ao “Centrão”); com o Judiciário (sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal (PF), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Supremo Tribunal Federal (STF)); problemas com a CPI Covid-19, com outras CPI´s que foram arquivadas ou que se avizinham; problemas com inúmeros ministros e/ou membros do governo; problemas com […] – são tantos problemas que não se pode nominar todos, sob pena de estender a leitura.

Ainda assim, seja como for, dia a dia, o país e principalmente os eleitores que acreditaram em tais promessas, constatam que tudo não passou/passa de meros clichês, vide tantas polêmicas/controvérsias deste governo. Basta lembrar o pedido para filmar professores dando aulas; interferência na PF para proteger a família; violência no campo; problemas graves no trato com o meio ambiente; levar o país a ser pária do resto do mundo; bater recorde em pedidos de impeachment; livrar-se do impeachment entregando o governo ao grupo chamado Centrão; negar a pandemia e “prevaricar” na compra de vacinas contra a Covid-19, aumentar em 75% o número de militares no governo em relação a 2019, acreditando que isso o protegerá a si e a seus familiares; recriar/desmembrar ministérios/secretarias […] para atender interesses próprios e cooptar partidos/políticos; ameaçou instituições, poderes, pessoas, movimentos, grupos enfim, praticou e pratica todo tipo de contrariedade ao que foi prometido em campanha.

Chegando ao final do governo e sob forte “ameaça” de deixar a presidência e com fortes indícios de seguir, em pouco tempo, para a prisão, o presidente Jair Bolsonaro lança, às pressas, o que está sendo chamado de “Pacotão de Bondades”. Após legislar sobre o ICMS de combustíveis e outros produtos declarados como essenciais, o governo quer que nós, povo brasileiro, arquemos com mais aproximados 38 bilhões de reais em um pacote com prazo definido cujo objetivo, em tão pouco tempo é tão somente, “melhorar a imagem do presidente em ano eleitoral”. O leitor sabe do que estou falando.

Diante de tudo isso, resta dizer que em outubro próximo teremos de escolher o próximo(a) presidente(a) do Brasil para o mandato de quatro anos. Chamo a atenção do leitor no sentido de imaginar que esta escolha pode ter circunstâncias agravadas ainda mais, pois, neste caso, a sua/nossa decisão envolve outras pessoas. E em momentos assim, em escolha dificuldade é palavra inexistente. Afinal, smj, do que se apresenta como candidato à presidência do Brasil não parece vivermos entre a cruz e a espada. A escolha, neste caso, pode ser mais fácil do que se imagina.

Destarte, as perguntas que ficam são: ALGUMAS AÇÕES QUE SE QUER IMPLANTAR EM POUCO MAIS DE TRÊS MESES ANTES DAS ELEIÇÕES NÃO PODERIAM TER ACONTECIDO ANTES? CASO AFIRMATIVO, A “IMAGEM” QUE SE QUER “MELHORAR” AGORA JÁ NÃO ESTARIA MELHOR? Por fim, ENTRE QUEM PRODUZ E QUEM SE APROPRIA, DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ? VOCÊ TEM ESCOLHIDO BEM? Onde lê: BEM. Deve-se entender: COLETIVO/PLURAL. Pense nisso!

Por Professor Carlos Alberto

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