O Ministério da Saúde confirmou, nesta sexta-feira (29), a primeira morte por varíola dos macacos (monkeypox) no Brasil.
O paciente, um homem de 41 anos com graves problemas de imunidade, estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e morreu na quinta-feira (28).
Nesta semana, a cidade de São Paulo confirmou os primeiros casos da doença em crianças.
A varíola dos macacos é transmitida de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.
A doença geralmente se resolve sozinha (é autolimitada) e os sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas. Casos graves podem ocorrer, mas a varíola dos macacos é bem menos letal que a varíola humana, erradicada em 1980.
Nos últimos tempos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de letalidade da varíola dos macacos foi de cerca de 3% a 6%; para a varíola humana maior, esse percentual chegava a 30%.
A doença ainda não tem uma vacina específica, mas três vacinas já existentes contra a varíola humana podem ser usadas para proteger contra a varíola dos macacos. Alguns países já estão aplicando uma delas, mas ainda não há previsão de chegada no Brasil.
Casos no Brasil
Até esta quarta-feira (27), o Brasil tinha 978 casos confirmados de varíola dos macacos, em 15 estados e no Distrito Federal:
- São Paulo (744)
- Rio de Janeiro (117)
- Minas Gerais (44)
- Paraná (19)
- Distrito Federal (15)
- Goiás (13)
- Bahia (5)
- Ceará (4)
- Santa Catarina (4)
- Rio Grande do Sul (3)
- Pernambuco (3)
- Rio Grande do Norte (2)
- Espírito Santo (2)
- Tocantins (1)
- Mato Grosso do Sul (1)
- Acre (1)
Os números podem variar em relação aos das Secretarias Estaduais de Saúde por causa do tempo de notificação ao ministério.
Emergência de saúde global
No sábado (23), a varíola dos macacos foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma “emergência de saúde global”.
A decisão pode levar a um maior investimento no tratamento da doença e avançar na luta por vacinas, que estão em falta. Na prática, o estado de emergência obriga agências sanitárias pelo mundo a aumentar medidas preventivas.
Atualmente, só há outras duas emergências de saúde deste tipo: a pandemia do coronavírus e o esforço contínuo para erradicar a poliomielite.
Mais de 18 mil casos e 5 mortes pela doença já foram relatados à organização, em 78 países. Mais de de 70% das infecções vêm da Europa e 25%, das Américas.
Fonte: G1 Bahia