A conexão Olinda com a Bahia está no azul que está no frevo que é a cor da alegria. É que diz a letra da música “Cometa mambembe”, compotas pelos feirenses Carlos Pitta e Edmundo Caroso no início dos anos 80. Sucesso há quase quatro décadas é tocada em todas as festas. No Carnaval, micaretas e no São João. Vem sendo cantada por estrelas e por quem está começando.
O número de regravações se aproxima de meia centena. É, sem dúvidas, a música feirense, podemos afirmar que esta é o seu gentílico, mesmo tendo sido composta em Salvador, que Cometa Mambembe se mantém na lista das mais tocadas de todos os tempos – perde para “Ai se eu te pego”, que tem como um dos compositores o feirense Antônio Diggs – o outro é Sharon Acioly.
Foi cantor alagoano Carlos Moura que deu visibilidade nacional à música, numa bela interpretação. Em entrevista, Carlos Pitta disse que inicialmente não percebeu a força de Cometa Mambembe, que descobriu a sua grandeza algum tempo depois. De lá pra cá, falta alguma coisa às festas cujas bandas não apresentam este amontoado de ritmos.
A mistura de todos os ritmos do Planeta, não foi sucesso mundial tampouco foi criada dentro do atual contexto de comunicação – a internet já existia, mas ainda era uma realidade que viria se tornar realidade em meados dos anos 90. Mas já foi ouvida por milhões de foliões nordeste adentro. Neste ano, foi tocada várias vezes durante a Micareta local. Se a Ai seu te pego… sei não.
Ambas são fenômenos que continuam rendendo dividendos aos seus autores. “…assim você me mata…” é um fenômeno dos tempos de internet rápida. “Quando a estrela brilhar na cabeleira e o galope acordar na beira mar…” continua sendo um fenômeno de público. É relacionada à alegria. Uma música quarentona sempre usada para levantar uma festa caída.
Não foi criada para ser tocada em ritmo de voz e violão. Combina com um pé-de-bode e zabumba, guitarra baiana, pistons e sax. Combina com suor. Agitação.
É um ‘chiclete’ que jamais vai perder a doçura. A alegria e a memória do povão não deixarão
Foto: Arquivo pessoal dos artistas
Texto Batista Cruz