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sábado, 6 julho, 24
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Torcida “argentina” em Feira é numerosa

André Pomponet

Conforme era fácil de prever, o brasileiro vem entrando no clima da Copa do Mundo à medida que a
competição avança e – sobretudo – a Seleção Brasileira vai superando seus rivais. Escrevo antes da
partida contra Camarões, quando a equipe reserva entrará em campo. Mas o selecionado canarinho já tem
vaga garantida nas oitavas de final, contra adversário ainda indefinido. Assim, no cenário mais pessimista,
o clima festivo deve se estender até o início da próxima semana.
Muita gente vem usando as camisetas da Seleção Brasileira. Nas ruas feirenses, o amarelo prevalece. Nem
parece que, há apenas pouco mais de mês, a indumentária causava ojeriza em muita gente. É grande a
capacidade do brasileiro – do feirense, em particular – de se adaptar às circunstâncias, neste caso muito
rapidamente. “O brasileiro é resiliente”, diria um desses consultores enfatiotados, recorrendo à expressão
da moda.
Noto, também, muitas mulheres trajando a cor canarinho. Será que a simpatia feminina pelo futebol vem
crescendo ou se trata apenas de modismo, passageiro como a Copa do Mundo? Dado o contexto recente,
pode ser também uma reação – política – aos trogloditas que ainda dominam o cenário político no Brasil e
que tentaram usurpar os símbolos nacionais. Mas isso não passa de especulação.
Retomando, hoje é sexta-feira e, logo mais, tem jogo da Seleção Brasileira. Então, são permitidas essas
divagações gratuitas. Assim, avançando nas especulações, vejo que é notável a quantidade de pessoas
torcendo contra o escrete canarinho. Antes, eram uns poucos; sobravam os indiferentes. A coisa mudou:
não falta quem torça contra, até com mais ânimo do que quem torce a favor. Muitos escolhem seleções
estrangeiras, – sul-americanas e africanas – mas os mais pitorescos são os nossos “argentinos”, aqueles
que curtem o azul-celeste.
Lembro que, em 2010, participei de um evento em Buenos Aires, durante a Copa do Mundo. É notório
que os hermanos – sobretudo os portenhos – não são simpáticos aos brasileiros. Em época de Copa do
Mundo, porém, a aversão cresce. Não é só aversão: notei que trata-se de um temor dissimulado, um medo
mudo, evitavam mencionar a Seleção Brasileira até na lista dos favoritos ao título.
Não vi nenhum hermano trajando camiseta da Seleção Brasileira e deduzi que, para eles, seria uma
heresia fazê-lo. Por aqui, não. Muita gente desfila com a camiseta azul-celeste, outros tantos torcem
ostensivamente durante a Copa do Mundo e até em competições secundárias. Será que torcem para Boca
Juniors ou River Plate nos torneios sul-americanos? É bom não duvidar.
O fato é que, embora abrigue poucos argentinos, a Feira de Santana tem uma torcida respeitável pelos
hermanos na Copa do Mundo. Não duvido que – suprema heresia! – consideram Messi ou Maradona
melhores que Pelé. É pitoresco, é curioso, mas é do futebol, diria o filósofo de mesa de bar.
Desde que não degenere para o ódio político que a extrema-direita cultiva, tudo bem! O importante é ser
feliz e torcer!

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