Em breve, Jair Bolsonaro deverá ter outro nó nas tripas – ou será obstrução cerebral? O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu prorrogar por 90 dias o inquérito que apura interferência do fascista na Polícia Federal para proteger os seus filhotes. A denúncia foi feita pelo ex-juizeco Sergio Moro, seu ex-capacho da Justiça.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, prorrogo por mais 90 dias, a partir do encerramento do prazo final anterior [29 de janeiro], o presente inquérito”, despachou o ministro. Essa é a quarta vez que ocorre a dilatação da data marcada para o encerramento das apurações.
A troca de farpas entre Bolsonaro e Moro
Como lembra o site Metrópoles, “a investigação começou em abril de 2020, após Moro acusar Bolsonaro de desrespeitar a autonomia da PF, ao cobrar a demissão do então chefe da instituição, Maurício Valeixo. Homem de confiança de Moro, Valeixo foi indicado pelo próprio ex-juiz. Quando o presidente solicitou a troca no comando da corporação, o então ministro tentou reverter a decisão, mas, sem sucesso, acabou pedindo demissão e fez a denúncia contra o presidente”.
Já o site UOL registra que Alexandre de Moraes “havia determinado que a PF tomasse o depoimento do presidente em até 30 dias. Bolsonaro atendeu a decisão e prestou depoimento no dia 3 de novembro passado. Na ocasião, ele reiterou que nunca interferiu no trabalho da corporação”. O presidente ainda acusou o seu “superministro” de chantagem.
“De acordo com o depoimento, Sergio Moro teria concordado com a troca, ‘desde que ocorresse após a indicação do ex-ministro da Justiça à vaga no Supremo Tribunal Federal’”. A troca de farpas entre Jair Bolsonaro e o seu ex-jagunço não convenceu o ministro do STF, que agora decidiu prorrogar a investigação – para desespero do fascista do poder.
A investigação sobre as milícias digitais
Em outra decisão que deverá agravar o nó nas tripas do presidente, Alexandre de Moraes também aprovou na semana passada a prorrogação do inquérito que investiga as milícias digitais bolsonaristas. Segundo o jornal Estadão, “a suspeita é de que apoiadores do presidente tenham se organizado nas redes sociais para incentivar ataques contra as instituições e a democracia. A apuração também investiga se a articulação recebeu dinheiro público”.
“Um dos principais reveses sofridos pelo Planalto na investigação ocorreu no mês passado, quando a delegada federal Denisse Dias Rosas, responsável pelo caso, sugeriu que o próprio presidente seja investigado por promover desinformação sobre o sistema eletrônico de votação. A investigação também pegou o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, foragido nos Estados Unidos, e o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), preso em agosto”.