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quinta-feira, 21 novembro, 24
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Sem cloroquinas ambientais

André Pomponet

O desastre climático no Rio Grande do Sul colocou a extrema-direita, momentaneamente, na defensiva. Jair Bolsonaro, o “mito”, por exemplo, lançou algumas de suas costumeiras atrocidades – nem é preciso dizer que, sequer, se solidarizou com as vítimas – e, depois, resolveu ficar doentinho, internando-se num dos hospitais preferidos dos ricaços em São Paulo.

Aqui ou ali, um negacionista climático lançou um absurdo qualquer, sem muito sucesso. Por enquanto, pródigo em despejar absurdos, só o governador gaúcho, Eduardo Leite. Mas é bom não subestimar o “mito”, nem seus acólitos. Logo à frente inventam uma asneira qualquer para explicar as enchentes e os danos imensos que vitimaram os gaúchos.

Provavelmente, alguém inventará uma “cloroquina ambiental” para reposicionar o “mito” e seus acólitos no cenário político. Dias atrás um vereador lá do Rio Grande do Sul lançou uma “pérola”: segundo ele, as árvores é que são responsáveis pelas enchentes. Mas essa aí, por enquanto, não colou. Caso falte algo melhor, é possível que a resgatem.

Cloroquinas ambientais à parte, é bom o brasileiro médio começar a se ocupar com as mudanças climáticas. Reconstruir o Rio Grande do Sul exigirá significativos aportes de recursos e esforços imensos dos gaúchos e dos brasileiros em geral, também. Afinal, todos contribuirão, pagando impostos, para o esforço.

Também é bom lembrar que, mais à frente, novas catástrofes virão, porque parte das mudanças é irreversível. Isso exigirá, mais uma vez, investimentos em obras de recuperação. Mas o que se coloca como urgente, no momento, são recursos para prevenção. É melhor, portanto, frear o avanço dessas mudanças que tentar, mais à frente, mitigar seus danos.

A Feira de Santana não chegou a ser atingida por nenhuma catástrofe. Mas o calor que se estendeu de setembro a fevereiro e as chuvas torrenciais que caíram no período mostraram que as mudanças climáticas estão aí e só não vê quem não quer. Ou quem crê em cloroquina ambiental.

O fato é que, no campo, parte da população foi afetada pela escassez de água para a produção e até para o consumo humano. Por outro lado, regiões da cidade foram alagadas pelas fortes chuvas e muita gente padeceu com expressivas perdas materiais. O tema, portanto, não pode seguir sendo ignorado na Feira de Santana.

O que os candidatos à prefeitura feirense tem a dizer sobre a questão? Vamos torcer que o tema seja tratado com a devida seriedade. Sem cloroquinas ambientais.

 

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