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Feira de Santana
sexta-feira, 7 novembro, 25
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Razões da diversidade religiosa na Feira

André Pomponet*
A Feira de Santana deixou de ser uma cidade majoritariamente católica, de acordo com dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Em texto anterior, mencionou-se que o percentual de católicos corresponde a 47,2% ou 247 mil pessoas com idade superior a 10 anos. Os evangélicos são 169 mil pessoas, 31,3% da população feirense.

Na Princesa do Sertão há, percentualmente, menos católicos que na Bahia (57%) e que no Brasil (66,7%). Os evangélicos, por sua vez, são mais representativos aqui na comparação com a Bahia (23,4%) e o Brasil (26,9%). Os números chamam a atenção porque, no cenário brasileiro, o catolicismo preserva força relativa no Nordeste. O que explica os números, então?

É bom lembrar a vertiginosa expansão das denominações evangélicas nas últimas décadas. Enquanto o número de templos católicos pouco cresceu, as igrejas evangélicas se multiplicaram, pulverizando-se pelas periferias brasileiras que também se expandiram enormemente no período.
Nessas periferias – inclusive da Feira de Santana – templos evangélicos foram surgindo em espaços que abrigaram bares, restaurantes, mercadinhos, lojas miúdas e em quaisquer lugares capazes de acomodar bancos ou cadeiras plásticas e pequenos púlpitos. Enquanto isso, a Igreja Católica pouco expandiu seus templos.

À proliferação de templos é necessário adicionar a massiva presença dos evangélicos nos meios de comunicação. Emissoras de rádio e tevê, jornais impressos e – mais recentemente – ampla presença nos ambientais digitais e nas mídias sociais ajudaram a popularizar estes credos.
Por fim, é bom indicar a questão demográfica. Com idade mais avançada, muitos católicos foram falecendo nas últimas décadas. Por outro lado, a presença evangélica é mais comum entre os mais jovens e entre aquelas famílias de migração recente, que chegaram às cidades mais tardiamente.
Obviamente, estas são causas muito genéricas que, provavelmente, não explicam o fenômeno em sua amplitude aqui na Feira de Santana. Mas a mudança é importante e precisa ser melhor compreendida. Fica a expectativa de que, nos próximos anos, surjam estudos que colaborem na compreensão da dinâmica.

* André Pomponet é economista, jornalista e atua na TVU

Foto destaque: IA

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