Nesta quinta-feira (19), os professores da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) estarão reunidos em assembleia para discutir, entre outros pontos, a paralisação das atividades acadêmicas durante 24 horas. A pauta também será apreciada pela categoria nas universidades do Estado da Bahia (Uneb), de Santa Cruz (Uesc) e do Sudoeste da Bahia (Uesb). Caso aprovada, a suspensão dos trabalhos ocorrerá de forma conjunta nas quatro instituições até o início de junho. A mobilização é uma das diversas ferramentas usadas pelo movimento docente para pressionar o governo Rui Costa a retomar o diálogo através do restabelecimento da mesa permanente de negociação, resultante do acordo da greve de 2019, mas suspensa de forma unilateral pelos próprios gestores públicos ainda naquele ano.
A cobrança ao governo também tem sido feita através da ida dos professores aos eventos oficiais do governo a fim de tentar entregar a pauta ao governador e reivindicar o diálogo; protesto em vias públicas; mobilização na Secretaria Estadual da Educação, em Salvador; além da organização de uma ampla campanha de mídia, com produção de conteúdo para divulgação em programas de rádio, TV, jornal impresso, site e redes sociais. O governo, no entanto, mantém uma posição arbitrária e se nega a dialogar com a categoria.
Desde o início do mandato do governador Rui Costa, os professores das universidades estaduais sofrem com a recorrente retirada de direitos previstos em lei, aumento da alíquota de contribuição previdenciária e redução dos benefícios associados à saúde e seguridade social, alterações perversas no Estatuto do Magistério Superior, graves perdas salariais, sentidas especialmente com a alta nos preços dos alimentos, combustíveis, luz, gás de cozinha e outros itens essenciais à sobrevivência, além de diversas outras ações que precarizam as condições de trabalho e diminuem o poder de compra do servidor. Somados à violação dos direitos dos professores e à imposição da maior perda salarial dos últimos trinta anos, o governo destina às universidades, um orçamento inferior às necessidades das demandas relacionadas ao ensino, à pesquisa e à extensão.
O ex-secretário Estadual da Educação e pré-candidato a governador do Estado, Jerônimo Rodrigues, também é professor da Uefs. Apesar de conhecedor dos problemas vivenciados pelas instituições, enquanto esteve à frente da pasta, nunca se reuniu com docentes das quatros universidades. A confirmação do nome de Rodrigues para a disputa ao Palácio de Ondina, portanto, confirma o seu alinhamento com o projeto político de sucateamento das universidades estaduais.
Os diretores das associações docentes das quatro universidades defendem que valorizar os professores e essas instituições não é gasto, é investimento. As universidades são patrimônio do povo baiano e no enfrentamento à pandemia evidenciaram ainda mais a importância do trabalho deste servidor no que se refere à produção científica. Com pesquisa e extensão, os educadores colaboraram com a sociedade civil e o poder público, produzindo Equipamentos de Proteção Individual, suporte às pessoas infectadas, capacitação, imunização, monitoramento da Covid-19 e diversos outros projetos.
Feira de Santana (Ba), 18 de maio de 2022
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