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quinta-feira, 21 novembro, 24
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O que mudará no transporte público em Feira?

Por André Pomponet

Em Salvador, alguns candidatos a prefeito resolveram enveredar por um debate canhestro, prometendo restabelecer antigas linhas de ônibus de roteiros longos, intermináveis, que a partir das periferias remotas engarrafavam a capital baiana. Pelo jeito, falta criatividade e boas ideias para o enfrentamento contra Bruno Reis (União), candidato à reeleição.

Parece que não notaram, mas Salvador evoluiu muito em termos de transporte público ao longo da última década. Talvez seja a cidade brasileira que mais avançou no período. Além das duas linhas do metrô, há o BRT já em funcionamento, com previsão de expansão mais à frente. São obras da própria prefeitura e do governo estadual, é bom lembrar.

Antigamente o soteropolitano penava desde os bairros distantes até as regiões comerciais e economicamente dinâmicas da cidade. A conexão ao sistema metroviário e ao BRT reduz o tempo de deslocamento e garante mais agilidade nas viagens. Enfim, há mais qualidade de vida. Não é perfeito, mas é muito melhor que aquilo que havia antes.

Pois os adversários do atual prefeito resolveram apostar na ideia controversa. Imagino que não se deslocam de ônibus e – pior – não se dão ao trabalho de conversar com quem se desloca. Senão, trariam propostas mais consistentes. Enfim, não há debate público sobre as questões que inquietam os soteropolitanos.

Aqui na Feira de Santana ainda não se chegou à fase de discussão de propostas para a prefeitura. Também não se sabe se chegará. Há muito clichê, muita frase de efeito, muita retórica. No máximo, propostas vazias, genéricas. Nada que mobilize, nem entusiasme.

O que se pensa, por exemplo, sobre o transporte público? Há quem veja o sistema daqui como exemplar. Imagino que seja quem não utiliza os velhos ônibus que circulam pelos malcuidados terminais feirenses. Quem utiliza, discorda. É só parar num ponto qualquer e perguntar para quem está esperando.

Como foi mencionado, Salvador experimentou um imenso salto qualitativo no sistema de transporte público. Feira de Santana, por enquanto, espera chegar a sua vez. Não, não é necessário nenhum metrô, aerotrem, nada de espetaculoso. Mas um sistema de transporte eficiente, pontual, com roteiros racionais, veículos bem conservados, sem superlotação, nem tarifas escorchantes.

Isso, obviamente, depende de recursos dos governos estadual e federal. Exatamente como aconteceu com Salvador. Feira de Santana é a maior cidade do interior da Bahia, seus problemas urbanos ganham complexidade crescente, é preciso também mais atenção com o eleitor local. Mas, na toada em que a campanha segue, nada mudará nos próximos anos. Nem propostas há.

Arrematando o texto, ouço o espocar de fogos lá fora, na direção da Queimadinha. O ritmo da eleição é festivo, há selfies, comilanças e danças, as mídias sociais fervilham. Mas proposta…

 

 

 

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