Na Feira de Santana, do alto do viaduto inacabado na BR 116 Norte, defronte à Uefs, Jair Bolsonaro, o “mito”, assinou hoje (01) a ordem de serviço para duplicação de trecho oeste do Rodoanel. Corrija-se: do Anel de Contorno. Não moveram sequer uma pá de terra, mas, pelo jeito, já mudaram o nome da via, talvez tentando canhestramente mimetizar o festejado rodoanel da Região Metropolitana de São Paulo. Obra, aliás, que é dos tucanos do PSDB paulista.
Para o badalado ato na Feira de Santana, sobre a terra nua das obras lançaram uma camada de asfalto, numa via lateral, para o “mito” chegar ao topo do viaduto. Ali montaram um palanque, com toldos e gradis. A multidão que aguardavam não se confirmou: menos na metade do espaço ocupado pelos toldos foi preenchida. Sob as obras, na pista, o movimento intenso do tráfego na BR 116.
Poucos caminhoneiros buzinavam ou acenavam para o ato em apoio ao “mito”: parece que ele já não entusiasma tanto a categoria. Alguns até se manifestaram, mas a maioria avançou com os vidros fechados, entretida com o volante. Talvez seja reflexo da escalada dos preços dos combustíveis que nem as medidas reeleitorais mitigarão.
Como era previsível, defronte à Uefs, houve uma mobilização de professores e estudantes. Vaias, palavras de ordem e apupos abespinharam a claque do “mito”, que reagia lá de cima, debruçada sobre os gradis, as camisetas amarelas. Alguns, mais ousados – e afoitos, iracundos, possessos – foram vociferar à margem da rodovia. Também envergavam reluzentes camisetas da Seleção Brasileira, expressando-se com gestos hostis e feições coléricas. Compuseram o triste espetáculo da intolerância, que se tornou praxe desde a ascensão da extrema-direita ao poder.
Um motociclista mais afoito – pardo, malvestido, exaltado – passou, bateu boca, foi-se, espumando; depois voltou, após retornar pelo viaduto em obras, colérico: “Vão pra Argentina, pra Venezuela, pra Cuba!”, dardejou. Coitado: vergando sob o peso da carestia, não consegue enxergar que não precisamos de referências externas, o inferno já é a suposta Pátria Amada. Por fim, foi embora, os olhos cintilando, provavelmente de paixão pelo “mito”.
O ato acabou, mas permaneceram algumas dúvidas: Quanto será investido nas obras? Quando começam as intervenções? Qual o valor que será aplicado neste ano eleitoral de 2022? Quando as obras deverão ser entregues? Por onde começarão as intervenções? Não consegui obter essas informações – essenciais – no noticiário sobre a celebrada visita do “mito”. No triste Brasil dos dias que correm, informações do gênero são secundárias, dispensáveis.
Exaustivamente prometida, a duplicação do Anel de Contorno na Feira de Santana pouco avançou ao longo das últimas décadas. Duplicado, só um trecho ao sul, na gestão Dilma Rousseff (PT). O ato de hoje – mais eleitoreiro que administrativo – entusiasmou a claque, mas é bom ficar atento para saber quanto vai avançar até outubro, mês das eleições presidenciais…
Por André Pomponet
Lamentável esta reportagem pra que tantas mentiras quem esteve presente não pode dar credibilidade a um jornalista do seu tipo seja realista
Bom dia senhor Luiz, sinta-se a vontde para expor a sua opinião. Abraços e sucesso sempre.
Quanto esforço pra desqualificar a grande mobilização popular hoje em Feira .Da pra ver que se trata de um jornalzinho mequetrefe de esquerda.
Aceita que de menos !
Bom dia senhor Marcus, o Jornal é imparcial e o nosso espaço é democratico. Sinta bem a vontade de produzir um artigo expondo a sua visão. Terei o maior prazer em publicar no nosso “jornalzinho”.