No último 7 de setembro, durante o tradicional desfile cívico de Feira de Santana, uma cena inusitada e nada elegante chamou a atenção de quem acompanha ano após ano a solenidade. O radialista Itajay Pedra Branca, figura histórica do rádio feirense e voz oficial do evento, foi surpreendido de forma vexatória, ao chegar ao local do desfile, descobriu que havia sido substituído sem qualquer aviso prévio.
O episódio, para além do constrangimento, revela um tipo de comportamento que a vida pública conhece bem, o famoso “morde e sopra”. Primeiro se retira, sem respeito e sem comunicação, um profissional que carregava a tradição e a credibilidade do evento. Depois, diante do desgaste, tenta-se posar para fotos sorridentes, inundar redes sociais de afeto fabricado e posar como se nada tivesse acontecido. Um roteiro já conhecido, alternar entre a frieza do desprezo e a simpatia ensaiada, deixando a vítima sem saber se foi tratada com consideração ou desrespeito.
A atitude de quem esteve à frente da organização não foi apenas deselegante, mas também uma demonstração de falta de reconhecimento com a história de um comunicador que há anos se confunde com o próprio desfile. Muitos notaram a ausência de Itajay Pedra Branca não apenas como a perda de um apresentador, mas como a quebra de uma tradição.
E não se trata de um caso isolado. Informações indicam que o mesmo personagem responsável por esse gesto já teria protagonizado cena semelhante com o filho do radialista, reforçando uma “prática contumaz” de agir com desconsideração, como se a vaidade pessoal pudesse se sobrepor à história alheia.
O episódio expõe um traço chato da nossa realidade quando a vaidade veste a capa da autoridade, o respeito perde espaço. E aí, ao invés de grandeza, resta apenas o ridículo.
Por : Fábio Negriny / DRT 3307
Publicado no site A Veracidade
