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Inverno pode favorecer a formação de cálculos renais por pouca ingestão de água, alerta urologista.

A cantora Preta Gil precisou ser internada em junho por causa de uma infecção urinária provocada por um cálculo renal. Após o tratamento em hospital, a artista retomou a sua vida normal. Mas, afinal, o que são cálculos renais, quais seus riscos e como prevenir? O cirurgião urologista, Dr. Eduardo Cerqueira explica que os cálculos, também conhecidos como pedras nos rins, é um problema que atinge em média 10% a 15% por cento da população no Brasil e é uma das patologias mais comuns tratadas pelos urologistas. O diagnóstico, na maioria das vezes, no entanto, só vem a ser feito a partir de um atendimento em pronto-socorro, quando o paciente descreve a dor, em muitos casos, insuportável. Apesar de ser mais recorrente no verão, o urologista alerta que, *durante o inverno, por conta da pouca ingestão de água, o risco da formação de cálculos nos rins pode aumentar* e, portanto, o cuidado precisa ser redobrado.

Foto: Rogerio da Silva

Numa incidência maior entre pessoas de 20 a 40 anos de idade, o cálculo renal também é uma realidade em pessoas mais jovens. O especialista diz que *as “pedras” nos rins são cristais que se formam nos rins*, órgãos que são responsáveis por realizar a filtragem do sangue no organismo para retirar as impurezas. “Nesse processo, elementos como ácido úrico, cálcio, eletrólitos, entre outros, podem precipitar na urina em forma de cristais que se agrupam formando pequenos cálculos”, salientou, acrescentando que é preciso tomar cuidado e ficar alerta pois, “mesmo pequeno, o cálculo induz à formação de novas pedras que se juntam, fazendo com que aumente de tamanho”.

De acordo com Dr. Eduardo Cerqueira, são diversos os fatores de riscos para o surgimento de cálculos renais e a baixa ingesta de líquido é o principal dele. No inverno, esse problema pode ser potencializado porque as pessoas costumam sentir menos sede. “Além de consumir mais sódio, o paciente costuma, no frio, ingerir menos água e ainda alguns costumam tomar mais bebidas alcoólicas para esquentar (são diuréticas e favorecem à desidratação)”, destacou Dr. Eduardo Cerqueira. Segundo ele, é preciso evitar, nesse período mais frio, o consumo excessivo de carne vermelha, alimentos com bastante sal de cozinha e condimentadas, lembrando que não existe melhor caminho para a prevenção de cálculos renais a não ser a ingesta de água, “então, durante o inverno, é preciso sim se policiar”, frisou o cirurgião, acrescentando que é preciso ficar alerta para qualquer dor súbita na região dos rins.

Foto: Arpit/Pixabay

Geralmente, o paciente não está sentindo nada e, de repente sente uma dor lombar, nas costas e de intensidade muito forte. Outros sintomas que podem estar associados são náuseas, vômito e mal estar intenso. “A dor é tão forte que o paciente dificilmente costuma ficar sem uma assistência médica”, explica, frisando que a dor também pode irradiar para as genitálias, seja no saco escrotal (homens) ou região da vagina (mulheres). De acordo com o especialista, ainda existem os casos de dores moderadas e persistentes, que caracterizam os casos de cálculos de grande volume que ocupa todo o rim. “É um tipo de cálculo que vai crescendo aos poucos e a dor é persistente. Outros sinais podem ser sangramento na urina e episódios de infecção urinária”, alertou.

O principal tratamento e mais realizado atualmente para quem apresenta cálculos renais é a cirurgia a laser. Por ser um procedimento minimante invasivo e não necessitar de cortes. Além disso, possibilita o tratamento de cálculos de extensão grande em posições diferentes no rim e do canal. Existe também a cirurgia percutânea, por meio da qual pode ser utilizado o laser tratando cálculos de tamanho avançado e, em casos excepcionais, como pacientes com má formações ou alterações anatômicas nos órgãos, opta-se pela cirurgia robótica ou laparoscópica, sem grandes incisões e recuperação mais rápida para o paciente.

Infecção Urinária: a causa do problema de Preta Gil

A pouca ingesta de água pode ser uma das causas de pedras nos rins, mas a infecção urinária pode ser uma das suas motivações, como foi o caso da cantora Preta Gil. Esse tipo de infecção se caracteriza pela presença de bactérias na urina com sintomas como ardência ao urinar, dor, desconforto e, muitas vezes, presença de sangue na urina. Nas mulheres, os quadros de reincidência são muito comuns. O urologista Dr. Eduardo Cerqueira explica que o fato de uretra da mulher ser curta favorece ao aparecimento dos sintomas, pois as bactérias passam pelo canal, conseguem entrar na bexiga e induzir a infecção. “É por isso que, após tomar banho de praia e piscina por tempo mais prolongado ou mesmo após relações sexuais, a mulher tem maios propensão a esse tipo de infecção”, frisou.

No homem, os sintomas são os mesmos, porém, no que se refere ao sexo masculino, é preciso salientar um outro tipo de infecção para a qual é preciso se atentar: trata-se da prostatite, “uma inflamação na próstata, que tem mais ou menos o tamanho de uma noz e tem todo seu papel correlacionado com a produção de líquidos importantes para o aparelho urinário. É importante frisar que a mesma bactéria que atinge o aparelho urinário alcança a próstata causando a inflamação desta glândula”, esclareceu Dr. Eduardo Cerqueira, provocando sintomas como a ardência, dor e desconforto de forma bem intensa no paciente.

Como aconteceu com a cantora Preta Gil, a infecção urinária tem a chance de ascender para os rins e formar a infecção renal, no caso da cantora, cálculos renais. Aqui, se tem a infecção de trato urinário superior, o que é considerado de risco maior, uma vez que o rim tem um fluxo de sangue muito grande. “O perigo de uma bacteremia é grande, ou seja, a bactéria cair na corrente sanguínea e se espalhar pelo corpo do paciente, ou mesmo ter uma sepse, que é a infecção generaliza por todo o corpo do indivíduo”, explicou o urologista.

A infecção renal também pode resultar na pielonefrite, o caso da cantora, que é a infecção da parte do rim responsável pela filtragem das impurezas no sangue; pode ainda ter quadro de abscesso renal, quando as bactérias entram no trato urinário e se espalham para os rins, onde se multiplicam e causam a infecção; e a pessoa pode desenvolver a hidronefrose renal infectada, que é quando o paciente tem cálculo renal, obstrui a passagem de drenagem do rim, fazendo com que a urina fique presa e prolifere bactérias. O tratamento, conforme o especialista, perpassa por antibióticos e algumas atitudes como higiene íntima antes das relações sexuais, sempre lavar as genitálias após urinar e defecar, beber bastante líquido e não prender a urina.

Foto: Assessoria

Por Adriana Adriana Matos

Agência AMA Comunicação Integrada – Assessoria de Imprensa

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