Por Batista Cruz
Um dos mais caóticos entre as cidades do seu porte, o trânsito de Feira de Santana é uma verdadeira mina de ouro para os cofres municipais. Entre 2017 e 2022, o valor arrecadado chegou R$ 75 milhões e foram aplicadas 570.973 – média de R$ 12,5 milhões por ano e R$ 131,35 por infração.
É como se SMT fosse um órgão meramente punitivo, visto que os motoristas que circulam pelas ruas monitoradas estão entregues à própria sorte – ou azar – visto que os agentes de trânsito, com base nos números, estão orientados a multar, apenas, porque não estão atentos à organização do trânsito.
Enquanto isso, os engarrafamentos se multiplicam e a lentidão no trânsito virou regra, principalmente aos sábados, quando não se ouve o som do apito destes profissionais,
Os números tornam a SMT uma eficiente indústria da multa que agrada à Prefeitura que nada faz para que a melhora seja efetuada. Anualmente, o órgão de controle do trânsito projeta quanto vai arrecadar com a aplicação de multa. Para 2022, a meta era de pouco mais de R$ 16 milhões – ficou abaixo da expectativa.
Dona de um trânsito indiano, Feira, como se viu acima, é craque em multar. Tem uma linha de produção ativa. E poderia ser mais eficiente se o setor fosse devidamente fiscalizado. Apenas com multas de vans paradas em pontos proibidos os valores seriam de mais milhões – estes veículos paracem não ser multados tamanha a afronta.
Como se sabe, nem toda notificação vira dinheiro para os cofres municipais. Dezenas, centenas, talvez milhares da multas são anuladas pela interferência de amigos do reis, que pedem a anulação das infrações e são atendidos. Outros milhares de reais não são adicionados aos milhões.
