Por Luiz Tito
Antigamente o amolador de alicates e tesouras vivia batendo nas portas oferecendo os seus serviços. Ele chegava pedalando uma bicicleta ou até mesmo de motocicleta e na porta do cliente executava o trabalho.
Hoje, alicates ou tesouras amoladas na porta de casa é um “luxo” que poucas pessoas ou quase nenhuma têm. Não que a profissão tenha sido extinta, ela continua existindo, apenas mudou o método de trabalho, e esse profissional que vagava pelas ruas à procura de itens para amolar não existe mais, eles têm ponto fixo e o cliente é quem vai ao seu encontro.
Talvez em um número menor, esses profissionais estão localizados em pontos estratégicos do Centro de Feira de Santana. Basta caminhar um pouquinho, e sem qualquer dificuldades você encontrará o amolador pronto para atendê-la.
Orlando Cavalcante de Araújo, é um desses profissionais, ele fixou a sua banca na porta dos Correios, da Avenida Presidente Getúlio Vargas, quase em frente à Prefeitura Municipal. Sentado em um banquinho, utilizando uma lima, com muita habilidade e uma atenção minuciosa, em poucos minutos a peça volta a cortar.
Há 23 anos exercendo essa profissão, o amolador aprendeu o ofício com os seus irmãos, “todos são amoladores”, afirma.
Morador no bairro Santa Mônica, todos os dias Orlando cumpre uma carga horária em média de 5 horas trabalhando e garante que chega a amolar entre dez a 20 peças diárias. “Não falta serviço. É essa a minha sobrevivência e o sustento da minha família”, garantiu.
Orlando afirma que a sua principal clientela é formada por manicures, cabeleireiros, alfaiates e costureiras. “Eles já sabem onde encontrar-me. Tenho uma boa carteira de clientes”.
O amolador diz que nunca bateu de porta em porta em busca de clientes, mas que está sempre pronto a atender um chamamento. “Se precisar basta ligar para o meu número (75) 98862-7460 , irei atender à solicitação e logo o seu instrumento voltará a cortar”.
Fotos: Luiz Tito
