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Cheiros e sabores apurados diferenciam Licor Roque Pinto, de Cachoeira

Uma mistura de álcool destilado, açúcar e frutas é amaciada, a mistura de moléculas – retirados os excessos, em barris de jequitibá rosa de porte médio, entre seis meses e um ano, até chegar ao ponto ideal para o consumo. Na histórica Cachoeira, no Recôncavo, a Licores Roque Pinto repete este processo há mais de um século. E o que sai destes barris não decepciona os paladares dos apreciadores desta bebida, por mais exigentes que sejam.

O Roque Pinto, licor praticamente feito artesanalmente, não era o principal produto da empresa familiar que já está na quarta geração. “O licor era para presentear os clientes do meu avô, Francisco Pinto, que vendia charutos”, explica Rose Pinto, que herdou o negócio do pai, que da nome ao apreciado produto. As indústrias do fumo e dos charutos durante décadas foram fortes em todo o Recôncavo.

Uma mistura de cheiros das frutas, do álcool, deixa o ambiente agradável. Entre pelo nariz, chega ao cérebro que prepara o organismo para absorver a doce bebida. Para cada cem litros da bebida, usa-se 50 quilos de fruta, 20 litros de álcool e outros 30 quilos de açúcar. A casa de paredes largas, com cerca de meio metro, pejadas de histórias, é a mesma desde o início da empresa, à rua Rodrigo Brandão, que foi sendo adaptada para a nova fase da empresa.

Todos os anos, entre 80 mil e cem mil litros de licor – mais de 25 sabores, são envasados na Roque Pinto. Rose é o responsável pelo controle de qualidade. A experiência o transformou em um sommelier de licor. Cheiros, sabores e algumas doses do barril lhes possibilitam atestar que o líquido está pronto para ser engarrafado e oferecido à freguesia. Está desde os 13 anos na atividade. Nos meses que antecedem o período junino, quando tradicionalmente o consumo de licor aumenta, a quantidade de trabalhadores varia entre 50 e 70.

O de jenipapo responde por metade das vendas. A história da Roque Pinto com licores começou com este e o sabor maracujá. Rose Pinto enfatiza que o paladar muda com o tempo, a pedidos dos clientes que buscam novas experiências, e novos sabores foram incorporados, como os licores cremosos, o gourmet, com o uso de leite condensado, que da consistência ao produto, que tem prazo de validade menor do que o tradicional.

Como a soteropolitana Jaqueline Pereira, que todos os anos vai a Cachoeira comprar dezenas de litros de licor, para revende-los na capital. “Há mais de 20 anos compra licor aqui, o Roque Pinto”. Ela disse apostar na tradição e qualidade. Quem também destaca a qualidade e a história do licor é Elcy Alves, cliente há mais de três décadas. “É, sem dúvidas, o melhor da região”. Disse apreciar o sabor maracujá.

O sabor diferenciado de um licor, explica o sommelier, está diretamente relacionado à qualidade da fruta usada, que depende de fatores climáticos, por exemplo. Na mistura busca-se o equilíbrio que agrada aos paladares que levam o licor com a marca Roque Pinto para terras distantes, como a Europa e Estados Unidos. “A gente não exporta. São os turistas de lá que levam as nossas garrafas e nos tornaram conhecidos”.

Na fábrica, onde todos os irmãos trabalham e o filho, Roseval Júnior, segue os passos de tudo é feito à mão, com uso de maquinário humano: da separação das frutas, retirada da polpa, envasamento à fixação do rótulo. Tudo quase à antiga. Inclusive a venda no varejo. Quem não leva um litro, pode pedir uma dose diretamente no balcão. É só escolher o sabor e degustar.

Por João Batista / TV Fênix Bahia

Fotos: Luiz Tito

Fonte: TV Fênix Bahia

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