“Nem tudo que se vê é aquilo que se imagina” A frase que serve como conselho antigo, daqueles que a gente ouve da boca dos mais vividos, mas nunca perde a atualidade. E quando transportada para o terreno escorregadio da política, ela ganha ainda mais peso.
Nos últimos meses, a cena tem se repetido em Feira de Santana, encontros, ainda que casuais, entre o governador Jerônimo Rodrigues e o Prefeito José Ronaldo. Nada de anormal para dois chefes políticos. Mas, para quem observa de fora, cada gesto, cada sorriso, cada aperto de mão parece carregar um enigma.
A esquerda, que ajudou a conduzir Jerônimo Rodrigues ao governo, já cochicha pelos cantos que o governador tem dado mais atenção ao opositor do que aos próprios aliados. Do outro lado, os Ronaldistas, interpreta esses encontros como um possível galanteio político que repercute como afronta. Paixões políticas são assim, transbordam pelos poros, inflamam a boca e arrastam o coração dos que vivem de expectativa.
O sinal de alerta precisa estar aceso. Julgar às pressas, com base em primeiras impressões, é cair na armadilha das aparências. A verdade raramente se revela na superfície. É preciso ir além da capa do livro, que pode ser atraente e esconder um conteúdo vazio, ou ao contrário, simples por fora, mas profundo por dentro.
O mesmo vale para os personagens públicos. Um político sorridente em público pode estar cercado de incertezas nos bastidores. Uma foto nas redes sociais, que sugere proximidade, pode ser apenas fruto de conveniência. O que fica para o eleitor e para a cidade é a lição, na política, nada é tão transparente quanto parece. As aparências enganam, e só o tempo revela o que realmente está por trás de cada encontro, cada gesto e cada silêncio.
Por: Fábio Negriny / DRT 3307
Publicado no site A Veracidade
