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Por um 7 de Setembro sem subserviência e em defesa da Soberania Nacional

* Por Professor Carlos Alberto

Desde muito jovem, numa escola na Várzea-Tranqueira, município de Oeiras, Estado do Piauí, aprendi que o Brasil, enquanto Nação – leia-se uma comunidade de pessoas que compartilham a mesma cultura, história, língua, e um sentimento de pertencimento e identidade -, possui quatro símbolos nacionais, quais sejam: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais (ou Brasão de Armas) e o Selo Nacional. Estes símbolos, dizia a professora, representam a identidade da nação brasileira e são definidos pela Constituição e pela Lei dos Símbolos Nacionais.

O tempo passou e eu fui alcançando outra idade e entendimento, mais outra idade, mais outro entendimento e nos tempos atuais, após me tornar vovô de Maria Cecília, neta primogênita, continuo defendendo e acreditando que são exatamente estes os símbolos nacionais. Agora, obviamente, defendo ainda com mais ênfase, pois entre os afazeres profissionais, tornei-me professor e tenho que “ensinar” aos alunos e alunas o que aquela professora me ensinou.

Voltando aos símbolos, a Bandeira Nacional é um dos maiores símbolos de uma nação, representa sua história, soberania e a luta de seu povo por independência. No entanto, neste domingo, 7 de setembro, durante manifestação de apoiadores do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na Avenida Paulista (em São Paulo) um detalhe chamou a atenção do país, do mundo: a presença de uma gigantesca bandeira dos Estados Unidos da América, carregada acima da bandeira do Brasil, além de outras tantas de menor metragem carregadas lado a lado do nosso verde e amarelo.

O evento, na Paulista, que deveria ser a celebração máxima da nossa soberania, da nossa autonomia, independência […] transformou-se, salvo melhor juízo, em um ato de subserviência, e as justificativas que vieram a público só pioram a situação. Refiro-me a matéria veiculada no Correio Brasiliense no 7 de setembro, na qual o deputado federal Eduardo Bolsonaro – que se encontra nos EUA com o prazo de licença parlamentar vencido desde 20 de julho – ao ser questionado sobre a presença do símbolo estadunidense, respondeu que o gesto era uma forma de “agradecimento a Donald Trump” pelo apoio que ele teria dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai.

A declaração é, no mínimo, constrangedora e, no máximo, perigosa. Celebrar a independência de um país agradecendo a um líder estrangeiro é um contrassenso histórico e político, haja vista que o Brasil não se tornou independente para depender de outra nação, seja ela qual for. E a situação se agrava quando nos lembramos do contexto atual: Jair Bolsonaro está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de pelo menos cinco crimes, além de ter sido julgado e tornado inelegível até 2030, por 5 votos a 2 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Tornado inelegível – repito -, por abuso de poder político e tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro e apoiadores seus, em grande parte, ecoam discursos de desconfiança das instituições, semelhantes aos do presidente dos EUA, Donald Trump. Neste sentido, em pleno 7 de setembro no Brasil, o uso da bandeira americana não parece ser um mero “agradecimento”. É um sinal de alinhamento com uma ideologia que, nos Estados Unidos, resultou na invasão do Capitólio em 2021 por apoiadores de Trump. No Brasil, essa mesma ideologia tenta minar a confiança no sistema eleitoral e nas instituições democráticas.

Sem citar o mais recente episódio “trumpista”, o tarifaço a produtos importados do Brasil, resta lembrar que o 7 de setembro é uma data sagrada para o Brasil. É o momento de reafirmar nosso compromisso com a Nação, com a nossa Democracia e com a nossa Soberania. A decisão de substituir parte desse simbolismo nacional por um gesto de submissão a um líder estrangeiro é um grande erro de parte de uma classe política que, além de subserviente, desrespeita a história do Brasil.

A bandeira americana em nosso desfile de independência é o retrato de um Brasil daqueles e daquelas que, smj, preferem se curvar a potências externas a defender sua própria autonomia. Que possamos cada vez mais, como brasileiros e brasileiras de verdade, lutar por um 7 de Setembro sem subserviência e em defesa da Soberania Nacional.

*Carlos Alberto S. Santos– Professor, Radialista e Mestre de Cerimônias

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