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Feira de Santana
domingo, 16 novembro, 25
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A micareta de Feira e a chuva.

*Por Marialvo Barreto

Ela começou quando um carnaval foi transferido para março por causa das fortes chuvas naquele ano de 1937.
Começou a festa dia 27 de março. De lá para cá vem ocorrendo entre abril e maio.
Agora em 2025 choveu nos dias da festa e os descontentes, a maioria destes por motivo comercial, inundou a mídia local pedindo a transferência para o mês de novembro, alegando que a festa ganhará maior dimensão.

Quero aqui demontrar que este pedido de mudança para novembro nada tem a ver com a chuva, pois nada pesquisaram, e, só para demonstrar isso, veja os dados de 2024, segundo o climatempo. Novembro foi o 6° mês mais chuvoso na terra de Lucas (jan 68 mm, mar 67, abr 70, maio 68, jun 66 e nov 59 mm).

Os meses menos chuvosos em 2024, com volumes muito semelhantes nas últimas decadas foram agosto com 51mm, setembro com 38 e outubro com 37 mm.
Setembro tem expofeira, e os pecuaristas souberam escolher o mês, considerando o ramo do negócio. Outubro é a ressaca da expofeira.

Aí sobrou para os que querem acabar com a boa tradição o mês de novembro, pois em dezembro tem natal.
Novembro também é uma data boa para certa classe de políticos, para transformar as coisas pré micaretescas e a micareta em palanque eleitoral, deformando o pleito a cada 2 anos.
E para não me alongar muito quero lembrar também que o auge da festa, inclusive com dimensão nacional, aconteceu quando ela ocupava o centro da cidade, na Av G Vargas, rua Conselheiro Franco e entorno, com chuva ou sem chuva.

Hoje, além desta proposta de mudança para novembro do setor comercial, conheço outras duas que circulam pela cidade, todas na rota de afastá-la para longe do centro, visando a elitização e o enfraquecimento da micareta, como estratégia para ir lentamente esgotando o seu brilho, até cabar definitivamente a festa – dita por estes como mundana, e na rota do tal inferno, que são: uma, levar a micareta para a av Noide Cerqueira; a outra é levar para dentro do parque de exposição.

Micareta e carnaval vem dando certo no centro das cidades. Veja o caso de Salvador, criou um outro curcuito, o Barra/Ondina, mas a Av 7 continua. E em Recife, todo o centro ocupado pelo Galo da Meia Noite!..

*Marialvo Barreto é professor e foi representante público no Legislativo durante dois mandatos. Conhecido por seu estilo combativo, Marialvo defende causas sociais e inclusão de minorias. Foi diretor do Sindicato dos Professores no Estado da Bahia (SINPRO-BA), professor do curso de Geografia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), ex-diretor do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia da Uefs e da Federação Nordeste dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino e ex-vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino (CONTEE).

 

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