Escrito por Sinjorba
Abordando a crescente ameaça à segurança dos profissionais da imprensa e o combate à impunidade dos crimes contra jornalistas foi realizado, no dia 7 de novembro, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), o “Dia de Ação”, evento organizado pelo Centro de Altos Estudos em Sustentabilidade e Educação (Caese/Ceaedd – França/Brasil) em parceria com a Unesco e a União Africana. O encontro integra o Fórum Ambição 2030, voltado para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
A abertura do evento contou com nomes do jornalismo, como Moacy Neves, Daniel Thame, (ambos do SINJORBA); Nane Albuquerque, professora de Comunicação Social da Uesc; Rinara Luz, chefe de Redação da TV Santa Cruz e embaixadora de Comunicação do Caese para a Agenda 2030; e Maurício Maron, jornalista que relatou sua experiência na cobertura da guerra em Angola.
O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (SINJORBA) participou dessa atividade, representado por seu presidente Moacy Neves, e pelo diretor Regional do Sindicato, Daniel Thame, que apresentaram relatos sobre os riscos enfrentados por jornalistas baianos em coberturas de temas sensíveis como direitos humanos e crimes ambientais. Thame e Neves enfatizaram a importância de que políticas locais de proteção estejam alinhadas com as ações internacionais, para reforçar a segurança dos jornalistas no estado e garantir a liberdade de imprensa.
O presidente, Moacy Neves, chamou a atenção para a necessidade de colaboração entre organizações de imprensa e o poder público para coibir a violência. Já Thame lembrou que os jornalistas são alvos frequentes quando expõem interesses obscuros. “Precisamos de apoio institucional e de uma estrutura de proteção que ultrapasse as fronteiras nacionais”, afirmou o diretor.
Violência alarmante
A diretora de Comunicação do Caese e mediadora das mesas do evento, Karen Póvoas, apresentou dados alarmantes: desde 1993, 1.927 jornalistas foram mortos em todo o mundo, e mais da metade desses casos permanece sem solução. No Brasil, onde 54 jornalistas foram assassinados em cobertura de pautas sensíveis, o cenário exige uma resposta urgente e coordenada.
A segunda mesa, que apresentou uma perspectiva multidisciplinar dos desafios legais e sociais enfrentados pela imprensa, contou com Paula Brener, professora de Direito Penal da Uesc; Evy Paternostro, delegado da Polícia Civil da Bahia e coordenador regional da 6ª Coorpin de Itabuna-BA. Ambos ressaltaram a necessidade de um sistema de justiça eficiente e adaptado para tratar ameaças à liberdade de imprensa como uma questão de direitos humanos.
Integraram também essa mesa a CEO Internacional das Óticas Carol e embaixadora da pauta Saúde do Caese para a Agenda 2030, Itana Paternostro; e Rui Carvalho, CEO da Agência de Comunicação RCM Propaganda.
Sinergia internacional
Enquanto o evento acontecia no Brasil, o Caese realizava uma iniciativa sincrônica no Museu do Louvre, na França, reforçando a articulação internacional do Centro em defesa dos jornalistas. Coordenado por Mara Rute Lima Hercelin, presidente do Caese, o encontro no Louvre também destacou a urgência da segurança para profissionais da imprensa e a importância de ações globais de proteção e suporte aos jornalistas, com especial atenção àqueles que atuam em contextos de vulnerabilidade e risco.
Essa sinergia entre Brasil e França amplia a presença global do Caese e representa um passo essencial na mobilização mundial por um jornalismo seguro e livre, alinhado com os objetivos do Fórum Ambição 2030, que estende suas atividades até abril de 2025.
O evento “Dia de Ação” na Uesc e a iniciativa no Museu do Louvre destacam a relevância de uma mobilização global para reduzir a violência contra jornalistas, enfatizando a importância de uma aliança sólida entre entidades de direitos humanos, governamentais e de imprensa para uma proteção internacional eficiente.