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quinta-feira, 21 novembro, 24
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Ucrânia e Rússia: cutucaram o leão com vara curta.

Apoiar guerras, só os insanos.

Diante delas, no entanto, o jornalismo deve colocar um olhar abrangente.

A cobertura da mídia de todo o Ocidente diante da guerra a envolver Ucrânia e Rússia é uma vergonha.

Não se vai às causas.

Fala-se apenas da invasão pelas tropas russas.
Como tivessem chegado a isso de súbito, rompante de Putin.

Não há nenhuma análise do governo ucraniano, de clara inspiração nazista.

Do cerco armado pelas forças capitaneadas pelos EUA à Rússia.

A OTAN acreditou pudesse continuar esse cerco sem que a Rússia reagisse.

Iludiu-se ao cutucar o leão, ou o urso, com vara curta.

O poder no mundo está mudando.

Se não é possível a ninguém desconhecer o poder militar da Rússia, quanto mais ignorar a aliança entre o país e a China, esta a potência em ascensão, olhe-se de que ângulo quiser: econômico, tecnológico, comercial – e militar.

A Rússia, considerando sua própria força, a aliança com a China, iria permanecer inerte diante do avanço do cerco armado em torno dela?

Bombeiros trabalham em um prédio danificado após um ataque com míssil na cidade de Kiev, capital da Ucrânia, nesta sexta-feira (25) — Foto: Serviço de Imprensa do Departamento de Polícia da Ucrânia via AP

EUA acostumaram-se a lidar com o Iraque, com Afeganistão, invadindo a partir de fantasias inventadas por eles.

Ainda assim, saíram do Afeganistão, desculpem a expressão, com o rabo entre as pernas.

Agora, era briga de cachorro grande.

Provocaram a Rússia no limite.

E ela reagiu.

Guerra, claro, é pra ser condenada.

As coisas deviam ser resolvidas pela negociação.

Não aconteceu assim.

As sanções prometidas pelo Ocidente serão eficazes?

Creio não.

Afinal, a Europa, subserviente aos EUA, necessita muito mais da Rússia do que ela dela.

Nessa briga, Rússia tem muito mais gás – e não é metáfora.

É, de qualquer maneira, um quadro perigoso.
Seriam necessários líderes propensos à negociações verdadeiras, capazes de mostrar ao Ocidente que o cerco à Rússia não é prudente.

Que o recuo às vezes é o caminho da paz.
Agora, duro mesmo é olhar a mídia ocidental, toda ela, e constatar a pobreza da cobertura – ela só tem olhos para os interesses dos EUA, e vai passando vergonha ao menos diante dos olhares críticos.

O mínimo a se pedir é um olhar mais abrangente, verdadeiro.

Analisar causas.

E não torcer, como ela torce, por um lado só.
Vamos esperar surjam vozes sensatas, capazes de repor a paz a partir de negociações a levar em conta a complexidade do quadro.

Líderes com capacidade de diálogo.

Putin, goste-se dele ou não, soube enfrentar o Ocidente, conversando, conversando, e quando achou conveniente, atirou.

Não creio em desdobramentos mundiais dessa guerra, como alguns anunciam, anúncio de um Apocalipse.

Mas, não há certezas.

Quem souber rezar, reze.

Quem não, continue tentando entender.

Por Emiliano José

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