O Orçamento da União prevê investimento de R$ 1,080 milhão na duplicação do Anel de Contorno da Feira de Santana em 2022. É o que consta no Projeto de Lei 19/2021 que, depois de muita polêmica e virulentos debates, foi aprovado em dezembro pelo Congresso Nacional. Desde 2019 que Jair Bolsonaro, o “mito”, promete a duplicação da via. Nada foi feito até aqui, mas, como dirão seus acólitos, agora vai.
Segundo consta no orçamento, a obra deve se estender até 2024. Os aportes mais significativos ficarão para os próximos dois anos: R$ 35 milhões serão investidos em 2023 e mais R$ 35 milhões no ano seguinte, 2024. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, vinculando ao Ministério da Infraestrutura, é o responsável pela obra.
Resumindo, pode-se deduzir que, em 2022, serão aplicados apenas pouco mais de 1% do valor total previsto. Os montantes mais significativos ficarão para os próximos anos, quando o Brasil terá – ou não – um novo presidente da República, já que o “mito” não vem fazendo muito sucesso nas pesquisas eleitorais.
Caso comece, a obra vai avançar pouco: a própria proposta orçamentária estima que só um quilômetro da obra deverá estar finalizado até o final de 2022. De qualquer maneira, poderá produzir o estardalhaço típico dos anos eleitorais, com o “mito” encarnando a figura do tocador de obras, assinando ordem de serviço.
Também estão previstos recursos para a BR 116 no trecho entre a Feira de Santana e Ibó, lá em Pernambuco. Iniciada em 2013, a obra deve absorver R$ 55,260 milhões em 2022. É bom lembrar que o trecho é longo e nem todos os recursos devem ser aplicados na Feira de Santana.
A exemplo do que se planeja para o Anel de Contorno, nos próximos dois anos – 2023 e 2024 – haverá aporte maior de recursos na BR 116: R$ 160 milhões e R$ 120 milhões, respectivamente. O projeto também prevê que as obras serão concluídas em 2024. Pelo menos defronte à Uefs as obras do viaduto estão avançando.
Antes que os acólitos do “mito” comecem a jactar-se, é bom lembrar que nada garante a alocação destes recursos para os próximos dois anos: trata se, apenas, de uma estimativa. Os orçamentos vindouros confirmarão ou não a projeção.
Hoje, aliás, esta alocação depende não apenas da confirmação das receitas, mas também do voraz apetite do “Centrão” que, na prática, é quem dá as cartas no orçamento da União, com suas famigeradas emendas. E em matéria orçamentária o “mito”, é necessário reconhecer, tornou se um presidente decorativo.
Mas é claro que haverá a ruidosa celebração da claque, muitos dirão que só o “mito” para destravar a obra que, em parte, já foi realizada no seu trecho sul. Afinal, é ano eleitoral. É necessário inflar as realizações do “mito”, alçá-las à condição de redentoras do Brasil, mesmo que só pingue R$ 1 milhão neste ano eleitoral de 2022, o que corresponde a 1,52% do total previsto…