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IBAMA realiza a soltura de aves extintas na Mata Atlântica

Araras-vermelhas de volta á Mata  Atlántica

O Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do IBAMA em Porto Seguro (BA) iniciou um novo trabalho de conservação da fauna. O projeto busca restabelecer uma população da arara-vermelha-grande (Ara chloropterus) na mata atlântica da região sul da Bahia após a espécie ter sido localmente extinta entre os séculos 19 e 20. Para isso, o primeiro grupo de indivíduos foi libertado essa semana no interior da Estação Ecológica do Pau-Brasil, em Porto Seguro. Trata-se de uma proposta inovadora, uma vez que ainda não há relatos de tentativas de reintrodução dessa espécie na Mata Atlântica.

Distribuição e importância ecológica

Originalmente, a arara-vermelha possuía ampla distribuição geográfica, ocorrendo em quase todo o Brasil, exceto alguns estados do Nordeste e do Sul. Na natureza, elas se alimentam de uma grande variedade de frutos e sementes e, graças ao seu tamanho, são capazes de dispersar sementes maiores, contribuindo para o aumento do tamanho da vegetação nas regiões onde ocorre, modificando todo o ambiente.

Ave descrita na carta do descobrimento

As araras-vermelhas foram inicialmente registradas no sul da Bahia já na carta de Pero Vaz de Caminha, onde são descritas como “papagaios vermelhos, muito grandes e formosos”. A presença dessas aves na Mata Atlântica baiana foi posteriormente confirmada por outros viajantes, como o príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied, cujo diário de expedição, realizada ainda durante o século 19, descreveu a presença dessas aves desde o Rio Mucuri até a cidade de Salvador.

Risco de extinção

Embora já tenha sido comum na Mata Atlântica, o desmatamento e captura ilegal levaram à extinção da arara-vermelha no litoral brasileiro e hoje as suas populações estão concentradas principalmente nas regiões centro-oeste e norte do Brasil. Como consequência, a arara-vermelha consta como uma das espécies de aves ameaçadas de extinção no estado da Bahia e aparece como extinta no plano municipal de conservação e recuperação da mata atlântica de Porto Seguro.

Animais vindos de várias regiões

Como não há mais populações selvagens de araras-vermelhas na mata atlântica, o projeto conduzido pelo IBAMA precisou reunir animais oriundos de cativeiro. Para isso, o trabalho contou com o apoio de outros CETAS e de órgãos ambientais estaduais e municipais de todo o Brasil, que enviaram para Porto Seguro araras apreendidas em ações de combate ao tráfico de animais silvestres. Graças a união desses esforços, um primeiro lote de 35 animais foi reunido e individualmente identificado através de dispositivos de monitoramento, para permitir seu acompanhamento na natureza.

Exercícios, treinamento e soltura

Após um período de quarentena e avaliação de saúde, os animais foram instalados em um grande recinto de aclimatação, projetado para permitir o fortalecimento da musculatura de voo e a formação de casais, além de gradualmente expor as aves ao clima da região.  Neste recinto, as aves tiveram seu comportamento analisado e foram submetidas a um programa de treinamento contra predadores e enriquecimento ambiental com alimentos encontrados na natureza. Em seguida, foram libertadas através da técnica chamada de “soltura branda”. Para isso, foram instalados diversos comedouros e caixas ninho no local de soltura, mantendo a porta do viveiro aberta para que os animais possam explorar o ambiente externo e a alimentação siplementar de forma gradual, de acordo com a sua vontade.

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