35.2 C
Feira de Santana
quinta-feira, 21 novembro, 24
spot_img

Política feirense funciona hoje no modo bolsonarista

Boa parte dos políticos feirenses apoiou Jair Bolsonaro, o “mito”, nas eleições presidenciais de 2018. Dois anos depois – quando ocorreram as eleições municipais – refizeram essa profissão de fé, abraçando os temas caros à extrema-direita. Essas escolhas não foram casuais. É natural, portanto, que a política feirense, hoje, funcione à moda do “mito”, com incontáveis encontrões e bordoadas – metafóricas, felizmente – na relação entre Executivo e Legislativo.

Impressionante é que os entreveros não envolvem, necessariamente, governo e oposição, como sempre acontece. Pelo contrário: a estridente bancada independente – vereadores que, nas eleições, apoiaram o prefeito Colbert Filho (MDB), mas que, no Legislativo, constituíram um grupo autônomo – ofusca até a oposição, espraiando-se por todos os espaços políticos.

É até enfadonho comentar que não há diálogo na relação entre Executivo e Legislativo. Afinal, o cenário beligerante se desenhou logo nos primeiros meses de 2021, quando o prefeito apenas reestreava no Paço Municipal e muitos vereadores mal tinham desembarcado na Casa da Cidadania. Desde então, o ambiente político feirense conturbou-se, com raros momentos de trégua.

Se falta diálogo e a relação entre o Executivo e o Legislativo se deteriora, provocando impasses, recorre-se à mediação do Judiciário. Foi o que o Paço Municipal fez, obtendo duas vitórias com ampla repercussão nos últimos dois dias: liminares impondo a votação para a criação do Conselho do Fundeb e a revogação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pela Câmara com emendas que o Executivo contesta.

Analistas políticos veem as decisões como derrotas impostas pelo prefeito Colbert Filho ao presidente da Câmara Municipal, Fernando Torres (PSD). Artífice da bancada independente, o vereador vem impondo constantes desgastes ao prefeito. Algo raro na Feira de Santana, pois o Legislativo historicamente sempre foi cordial e submisso ao prefeito de plantão.

O problema é que o modus operandi bolsonarista, sob o qual a política feirense hoje funciona, é estéril. Pior ainda: é destrutivo, nocivo à população. O município está aí, pejado de problemas crônicos nas mais diversas áreas. Os perversos desdobramentos da pandemia tornam-se cada vez mais visíveis e a Covid-19 – com a variante Ômicron – volta a assustar. Essas questões, por exemplo, para não mencionar outras, são ignoradas.

Por fim, é bom não esquecer que a conturbada relação entre Executivo e Legislativo também tem seus momentos de harmonia. Foi o que ocorreu com o reajuste salarial dos vereadores e do primeiro escalão do governo municipal. Ninguém bradou, ficou indignado, nada. Houve apenas um silêncio tácito, muito eloquente…

 

 

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

FIQUE CONECTADO

647FãsCurtir
183SeguidoresSeguir
0InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS