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quinta-feira, 21 novembro, 24
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20 ANOS: INDISPENSÁVEL “PÁTRIA LATINA”

O tempo não para.
Nada será como antes.
Nossa Pátria Latina já está dando novamente um giro.
Vimos Bolívia, a revolta rápida da população diante de um golpe escandaloso, e a volta ao poder das forças populares.
O Peru, surpreendendo o mundo, e elegendo um presidente de esquerda.
A Argentina, com o melhor do peronismo evidenciando força, garantindo vitória das forças progressistas.
Viradas históricas recentes, a demonstrar a movimentação dos povos.
Vimos Chile, e a rebelião da juventude e dos trabalhadores, e a notável eleição de um jovem de esquerda, disposto, numa aliança com os setores democráticos do País, a promover transformações profundas no País.
Estamos assistindo a uma extraordinária virada no Brasil, depois do reconhecimento pela Justiça da existência de uma autêntica organização criminosa no Judiciário e da proclamação da inocência de Lula, a existência de uma luz no fim do túnel diante do governo genocida.
Evidente: ainda estamos longe das eleições, são muitos meses ainda. Há muita luta pela frente, e a partida só é ganha no campo, no dia a dia do combate político. Mas é inegável a possibilidade do retorno de Lula à presidência da República, de modo a cumprir a dura tarefa de reconstrução do Brasil.
Vimos uma espécie de agradável vingança, desculpem a expressão, em Honduras, com a eleição de Xiomara Castro, mulher de Manuel Zelaya, vítima de um golpe anos antes.
É a história, estúpido! – presente a tentação de parafrasear James Carville, o assessor de Clinton, com aquela frase “é a economia, estúpido!”.
Não é só a economia.
Assistimos a resistência heroica de Cuba frente ao incessante bloqueio americano. Em meio a tal bloqueio, à pandemia, Cuba segue em frente, dando exemplos de como cuidar da população, ao ser o único País da América Latina a criar vacinas para enfrentar a Covid e a rapidamente imunizar a população, não obstante as dificuldades, inegavelmente agravadas pela crueldade das medidas norte-americanas, sempre querendo esmagar a vitoriosa Revolução de 1959. Como assistimos também à resistência da Venezuela e da Nicarágua.
Digo tudo isso sobre nossa América Latina, e nela estou englobando as nações caribenhas, para dizer da importância de “Pátria Latina”, comemorando duas décadas de existência. Um feito notável. O jornal cobre o Continente, e vai além, para outros territórios do mundo. Compreendeu, desde o nascimento, a importância do internacionalismo. Cada nação tem singularidade, mas nenhuma é uma ilha. A luta dos povos está sempre entrelaçada. E o jornalismo feito por “Pátria Latina, desde a origem, se compreende dessa maneira. Nunca deixa de considerar a história, a cultura de cada país. Mas, também, jamais o desliga do resto do mundo.
Quando iniciou existência, vivíamos, e de alguma forma vivemos, sob o tacão de uma espécie de judiciário mundial, a partir dos EUA, a acreditar-se juiz e carrasco mundial. Surgia logo depois do ataque às Torres Gêmeas, argumento para o Império se alçar ao direito de ir além do território norte-americano para perseguir adversários políticos, desconhecendo quaisquer formulações de soberania.
Passados duas décadas, o cenário vai mudando. Foi triste, verdadeiramente triste, para o povo norte-americano, ver o poderoso Império sair do Afeganistão com o rabo entre as pernas depois de anos de mortes, milhões de dólares despejados numa guerra imprópria e inglória. Não era um filme de terror: era real a corrida desenfreada de pessoas querendo chegar aos aviões, algumas caindo do alto no desespero de escapar da chegada dos talibãs, os EUA fragorosamente derrotados.
Nas últimas horas, estamos vendo a tentativa dos EUA de culpar a Rússia pelo cerco promovido por eles ao território russo, abrindo, outra vez, a possibilidade de uma guerra de consequências imprevisíveis. Um Império em decadência, acossado pelo crescimento inexorável da China e pelo inegável poderio militar russo, fica perigoso – não mede devidamente os passos dados, torna-se mais irresponsável do que já fora ao longo da história.
Tudo isso é possível compreender pela leitura de “Pátria Latina”, nascida sob inspiração do grande Fidel Castro, e mantida graças à colaboração de tantos jornalistas e intelectuais amantes da liberdade, da democracia, do socialismo, da convivência fraterna entre nações, guardadas suas diferenças. Orgulho-me de acompanhá-la desde o início. E sinto-me também honrado de contar com a amizade desse brasileiro-cubano-latinoamericano-árabe-russo-chinês Valter Xéu. Sempre, ao falar do “Pátria Latina”, tenho de me referir a ele. Indispensável. A persistência dele tem sido a garantia do “Pátria Latina” por essas duas décadas. Tocando em frente, Valter. Siga. Conte comigo.

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